domingo, 11 de abril de 2010

Lou.. easy

Eu sempre fui fã de livros infantis, desenhos animados e muita coisa que está ao redor do universo de uma criança. A melhor parte dessa minha manhã chuvosa foi o sorriso banguelo que uma menininha deu para mim quando eu fiz uma das minhas piores caretas para ela. Ela não sorriu por ironia, ela simplesmente achou graça. Pode parecer bobagem, mas quando recebo um sorriso espontâneo de quem quer que seja eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo. Sinceridade é uma coisa de valor hoje em dia.
Voltando as mundo das fábulas. Eu tenho uma menina na minha vida com 10 anos de experiência em joelhos ralados, meleca no nariz e perda de dentes. Ela sabe andar de patins como ninguém, faz poesias e consegue ocupar o meu espaço na cama com a sua elasticidade de bailarina. No seu dia-a-dia ela acorda as 6 da manhã, se veste com os olhos fechados, come 2 pães e ainda sobra tempo para pentear seus cabelos negros e cantarolar no chuveiro. Ela vai pra aula, entende sobre a criação das coisas, decora uma tabuada inteira e joga futebol na educação física. Ela devora um lanche nas horas vagas.
Ela faz Jazz, Ballet, aula de guitarra e vira princesa do seu reino quando lhe dá na telha. Ela tem uma banda, amigos e cuida de um animal que por pouco eu não piso em cima de tão pequeno. Mas ela não falha, não descuida e não fica doente. E sua sinceridade é tanta que chega a ser cara-de-pau.
Agente foi ao cinema esses dias, comer pipoca, rir da minha falta de atenção e de um tombo que ambas levamos ao sair do táxi. Tudo tão natural como envelhecer e caroço de feijão nos dentes. Vimos um filme sensacional que arrancou lágrimas dos meus olhos e gargalhadas da boca dela dizendo que eu estava pagando mico. Ela é tão madura e espontanea que quando estamos juntas eu me sinto em um conto de fadas. Mas é real, e faz parte de quem sou.
Hoje eu acordei com uma dor nas costas e uma sensação de estar esprimida. Desconfiada como sempre fui abri um olho de cada vez para ver o que me esperava. Mas ao invés de pular da cama eu encontrei ali uma paz sem fim. Ocupando mais do que somente um lugar, com as pernas jogadas em cima de mim, estava ali o meu conto de fadas. Sem dor, com verdade nos olhos e dormindo de boca aberta, ainda tem um nome. Aquilo que desperta o que há de melhor em mim se chama Louise. Ela descobre um novo mundo todos os dias e enfeita de cores o meu, e olha que tem só 10 anos..

3 comentários:

  1. Que texto lindo, Maria! Delícia de ler!

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  2. falta ainda uma parte!! vou terminar de posta-lo

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  3. Muito Bom Maria Fernanda, achei seu blog meio que sem querer e gostei do que encontrei aqui... Continue assim.

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